terça-feira, 25 de maio de 2010

pirando em tarja preta e anjos


vinho francês com rivotril... não. não é uma tentativa de suicídio. já fiz misturas mais esdrúxulas, como convidar o namorado e o peguete pra mesma festa minha. e não morri. e hoje quero tudo, menos morrer. me sinto o eyjafjallajökull. vulcânica. preciso ser e me preparar pra daqui a menos de dois dias, onde na sala de um cinema pornô abandonado, serei o foco da lente, da luz que me queima velas que pingam e cordas que amarram. me soltem. me deixem solta. penso arte. e se quiserem me julgar, caguei. só não contem pra minha mãe... (gargalhadas internas)!!
perdi a porra do isqueiro e já queimei meus cílios no fogão. tô num puta vai e vem, entre quarto e cozinha. a distância nem é longa, mas me mostra: tá fumando pra caralho, mulher!!
seria simples, descer no posto da esquina e comprar um isqueiro novo, mas tem uma ratazana noturna e com insônia e sem acesso ao rivotril, que passeia na calçada toda vez que passo. um dia, meio bêbada, achei q era um gato, mas quando fui assustar o gato, ela se arrepiou e vi dois dentinhos roedores sinistros. descer de madrugada, somente pra comprar o. b. ou cigarros. na verdade, o o.b. espera pela manhã do dia seguinte.... sei fabricar modess caseiros, com mais ou menos cinco enroladas de papel higiênico na mão e no meio, um chumaço de algodão. e penso: por que nossas vovós usavam toalhinha?
ainda bem que nasci em 1972, e quando menstruei a primeira vez e achei que tinha feito cocô na calça, minha mãe me deu um modess tão gigante, que eu andava que nem um cowboy da propaganda de marlboro.
sangro, literalmente e poeticamente sangro... e não se sangra mais por ser poeta, sangra-se mais, pelo medo da porta aberta.
gosto dos homens que gostam das minhas regras, e que adoram pessoas como eu, sem regras.
Não tenho hora pra comer, pra dormir, pra nada... e isso não me faz mal nenhum. nem a ninguém.
só me liguem antes do meio dia, se for pra me contratar pra uma performance poética, ou pra me chamar pra sexo (mas só o cara certo) ... mas ninguém me liga nesses horários pra isso. é sempre engano ou telemarqueteiros robóticos e filhos da puta.
Peraí, vou lá na cozinha acender outro cigarro.
(...)
Voltei.
Hoje me disseram que tô fumando demais e bebemos demais antes dos shows. tá. beleza... não discordo.
mas sempre voltamos inteiros pra casa. apenas falo loucuras demais quando bebo, confesso coisas inconfessáveis, mas parei com a mania de ligar pros caras bêbada, afinal, os que fico afim de ligar, ou podem estar com a namorada, ou podem simplesmente, me acharem pé no saco. nisso, aprendi a me preservar. pelo menos nisso... ufa!
poderia entrar agora, num sitezinho pornô, mas até pra isso tô sem saco. prefiro ficar aqui pirando no meu sangue, no homem que me come quando quer e no que tá cheio de problemas, por que não sabe ainda o que fazer com a liberdade. depois mulher é que complica as coisas.
quero as coisa simples. meu vinho francês, que descobri na cobal de botafogo a um preço pagável, pra uma artista que rala quase sempre por amor, meu rivotril que me faz dormir mais cedo e pela manhã quando acordo, me faz sentir uma pessoa normal, que vai na feira, anda na lagoa, agiliza a vida na internet... que percebe o brilho do sol da manhã (oh, que lindo!). é. sou tão normal. apenas faço e falo o que quero e mais uma vez, não machuco ninguém, ao menos que me peçam. rá!
caô esse papo de amor tranquilo. estabilidade emocional, é ele na rua botando pra foder e ela fingindo que não sabe. ou vice versa. amores amigos antigos com versos, conheço poucos e estes poucos tenho um respeito do caralho. meus aplausos, a quem sabe amar.
bateu o rivotril com vinho. vou ter sonhos lúdicos e líricos, com anjos lindos peladões, tocando guitarra e me chamando: vem!
fui!

7 comentários:

  1. Para mim vc é de casa fala e lambe a mesma lingua... de um entrandinha no me blog laboratório www.vozesdeeduplanchez.blospot.com

    beijos de sangue e Porra

    EDU PLANCHÊZ

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  2. adorei este texto!
    "pirando em tarja preta e anjos" é desabrido, despudorado e sincero. profundamente humano. às vezes, pesado e triste. com uma linguagem de profissional. e me fez rir muito em algum momento.
    vc se superando. valeu, she!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. rsrsrsr Simplesmente, adorei, verborragia, hemorragia e lirismo, uma mistura nada convencional...

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  5. Principalmente na parte do O.B. homemade!!!

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  6. Me lembrei do Dracula's Tea Bag...saquinho de chá pra vampiro é OB...he,he,he

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  7. Sua verdade nua e crua!
    Parece que te vi escrever.....

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